terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Sociedade Século 21 - O Futuro

Chegamos à segunda década do século vinte e um, o esperado anos 10. Já no começo deste ano, vale algumas reflexões sobre a última década que se passou, a década chamada século vinte e um.

O século vinte e um viu o boom da informática, mas o bug do milênio não aconteceu. Para quem também esperava o fim do mundo na virada do milênio veio a decepção, o mundo continua girando e a humanidade continua se multiplicando neste planeta. Para o bom Cristão estamos na era apocalíptica, para o humilde cidadão é uma época de maravilhas, quatro salários e tem aquela TV em casa, o rango tá na mesa, e ainda tem grana para tomar umas duas ou três cervejas por noite.

A história do século 20 pode ser medida de acordo com os estilos musicais. Alguns ritmos atravessam as gerações e os séculos, ora mudando, ora se adaptando, mas sempre preservando a sua essência. O samba é um destes casos que atravessam as eras, e que segundo muitos estudiosos é um ritmo já vivo nas antigas tribos que habitavam o Brasil.

Mas em cada década apareciam novos artistas que encantariam as gerações que os acompanhasse, daí temos muitos exemplos. E em cada período um estilo contagiava os jovens do lugar.

Daí que na década de 40 o forró estava radiante no Rio de Janeiro com Luiz Gonzaga, os anos 50 entrou a Bossa-Nova, depois Novos Baianos e a turma do protesto, nos anos 70 Raulzito entortava as espinhas, e Roberto Carlos era o Rei do Brasil, os anos 80 o Rock gritou alto, influenciando inclusive o estilo do Axé Music, que por sua vez havia inventado a guitarra. Nos anos 90 o Axé virou industria, o pagode se inseriu no Axé e no carnaval agora com força, e o movimento manguebite se tornou a referencia do protesto dos anos 90. Mas e o século 21?

O século 21 foi a década da distância, foi quando as pessoas passaram a estar mais tempo plugada na rede mundial, tendo relacionamentos baseados no contato virtual, deixando de lado prazeres tão simples como ir numa praia e conhecer alguém, conversar tranquilamente, ir numa serra, caminhar ao por do sol, passear de mãos dadas, nadar, namorar, e tantos prazeres singulares que dão à vida prazer e testura e vitalidade.

Para balancear esse distanciamento, o século 21 ofereceu a cultura para aproximar as pessoas, muito arrocha para grudar as pessoas, muito funk e new Axé para sensualizar e promover o sexo como esporte, a bebida alcoólica como desculpa e meio para mais sexo e outras drogas. Drogas como êxtase e estimulantes como o viagra sendo bastante procurados pelos jovens. Resumindo, o século 21 fez do sexo amor, e da quantidade felicidade. A busca pelo prazer momentâneo afastou as pessoas do prazer eterno, da felicidade e humildade. O século 21 se achou muito importante pela liberação sexual consciente, de repente as mulheres já estavam ocupando cargos que anteriormente eram destinado aos homens, quebrando com um golpe a distinção social sobre qual o papel do homem e qual o papel da mulher nos tempos atuais.

Pela primeira vez que se tem notícia, com exceção de sociedades tribais, homem e mulher dividem os mesmos lugares, e tem as mesmas oportunidades que os homens em todos os setores da sociedade.

É claro que as coisas não acontecem assim de repente, mas a democracia chegou num ponto que para tudo é preciso uma seleção, um concurso, as escolas e faculdades são para todos também, e o resultado desta abertura política estamos vivendo no início desta nova década, os anos 10. Se a ditadura durou seus 20 anos, a democracia também está em duas décadas, mais de vinte anos de liberdade intelectual, e para quê? Para ouvir tocando nos rádios somente músicas que abordem o sexo e a deturpação dos valores. Mas se o processo é histórico é difícil ir contra a maré, cabe a cada um que faz as suas músicas buscar entender que a sociedade é reflexo da ação individual. O individuo consciente age coletivamente, e as músicas que estão sendo veiculadas tem um poder muito maior de alcance.

Um amigo me perguntou onde estavam os grandes cantores do Brasil? Porquê os caras da geração anos 60 e 70 não emplacaram mais sucessos? Cadê as músicas inteligentes e críticas? Temos que escutar os antigos sucessos?

Mais um inconformado com a nova década e o novo século. Ninguém pode culpá-lo se ele não entendeu que passou a hora de reclamar, já que estamos livres,
trabalhando e com dinheiro, o suficiente para tomar ao menos duas cervejas, a hora agora é de comemorar. E como o dia a dia não oferece meios de conhecer alguém profundamente, arrochas, funk, pagode e cia. são a saída rápida para quem quer se relacionar. Este é um dos quadros do século 21, uma mulher tendo na mão um cigarro, na barriga veneno, na urina cerveja, no pés duas rodas, e no chão o amor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário