quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Blog do Élder Vieira: Mídia, verdade e democracia... será que o sonho acabou...

Blog do Élder Vieira: Mídia, verdade e democracia... será que o sonho acabou...

Mídia, verdade e democracia... será que o sonho acabou...

2011, 1º ano da 2ª década do século 21, 1 mulher é eleita no 2º turno a 1ª presidente, ou presidenta, do Brasil... E o mundo continua sendo dividido em “bem” e “mal”... Parece que ainda veremos muito “mais do mesmo” nas nossas vidas cotidianas...

Mídia, verdade e democracia... estes temas ainda estão envolvidos na pauta dos cidadãos ilustres que trabalham pelos seus míseros quinhentos e tantos reais e depois ligam suas tvs para verem o noticiário da noite... Mas agora, quem é o bem... e quem é o mal... ninguém consegue separar de maneira digna um do outro... parece que está tudo misturado...

Para a pessoa saber quem é o bem e quem é o mal só depende do canal em que ele vier a assistir, ou a ler, ou a ouvir, o noticiário. Lembro que nos tempos do movimento estudantil secundarista o “inimigo” da “democracia brasileira” era o imperialismo norte-americano com sua política neoliberal, que privatizou em pouco tempo as maiores estatais brasileiras... Hoje, após tantas passeatas, após tantas bombas de gás lacrimejante jogadas pela polícia, após tantas pessoas feridas, após 8 anos de Lula na presidência do Brasil... Percebo que o inimigo estava longe de ser o imperialismo norte-americano...

Como seria o nome dado a uma pessoa sem partido político... Aqui os chamarei de “livre”... eis então o depoimento de um homem livre...

Durante meu período acadêmico, cursando o bacharelado de jornalismo, vi repetidas vezes os discursos contra a rede Globo e contra a revista Veja. Parecia que os estudantes eram membros dos partidos coligados ao (ex) presidente Lula... A Veja era a campeã das críticas, afinal, aonde é que já se viu uma empresa que se preze criticar o grande líder das massas... Um blogueiro inconformado com estas mesmas empresas que apuravam as manobras ilegais do grupo dos governantes os chamou de “Partido da Imprensa Golpista” (PIG), e logo depois esta sigla virava moda entre os “revolucionários” da mídia...

Os revolucionários e apoiadores do (ex) presidente Lula simplesmente não acreditavam em nada do que era exposto... Consideravam natural todos os mensalões, mensalinhos, dinheiro na cueca, dinheiro na meia, dinheiro desviado para empresas particulares dos familiares dos governantes (sem licitações), caixa 2, caixa 3, caixa 1000... Todas as sujeiras trabalhosamente pesquisadas pelos jornalistas (em trabalhos dignos de Sherlock Holmes ou da turma do Drº House) eram desacreditadas pelos “intelectuais revolucionários” da academia... E a culpa de tudo era novamente da tal “PIG”, que apenas queriam perpetuar suas regalias no poder...

Aí veio a Confecom (onde participei como delegado da sociedade civil da Bahia), cujo maior mérito foi simplesmente ter acontecido, e mais críticas foram despojadas contra a Veja e a Globo, parecendo que todos aqueles presentes eram os “salvadores da pátria comunicóloga”... Mas não eram...

Após ter me formado fui em busca de trabalho, para ver que a maioria das empresas jornalísticas atualmente atuam no setor da internet... São muitas... Milhares de blogs e sites lutando pela atenção dos internautas... Porém, muitas das novas empresas copiam e colam informações e notícias de outros sites... A pesquisa e a investigação, pilares primordiais do jornalismo, foram deixadas de lado para simplesmente republicarem qualquer informação já difundida pela net, verídica ou não, e sendo inclusive as matérias (re)assinadas pelos jornalistas (formados pelas dezenas de faculdades de jornalismo) das novas empresas (prática esta criminosa)... Somente aí as peças foram sendo colocadas em seus lugares, e pude ver o cenário real da grande maioria do jornalismo baiano, e possivelmente brasileiro... e o que vi muito me entristeceu...

O jornalismo de boa parte destas novas “empresas” é patrocinado pelos governos, seja da esfera estadual, municipal ou federal, em contrapartida, dificilmente o internauta achará uma matéria investigativa criticando o governo ou algum dos seus governantes. Os motivos para isso são basicamente dois... ou a “empresa” funciona como um “caixa 2” para alguns membros dos partidos políticos (ou familiares e amigos próximos), ou a verba publicitária serve como o famoso “cala-boca”, que para muitos é a forma mais eficiente de “Controle Social da Mídia”...

Após ver e vivenciar de perto estas “relações” entre as novas mídias (com seus jornalistas-assessores-puxa-sacos formados) e os governos, passei a valorizar mais as empresas Globo e a Veja... Pois, jornalisticamente falando, eles fazem pesquisa, investigam, põe o dedo na ferida, e com a cara e a coragem publicam os escândalos que muitas vezes mexeram com a nação e com o mundo (mesmo que eles também recebam as verbas publicitárias...).

Élder Vieira

sábado, 31 de julho de 2010

Ser um despreparado consciente.

Dia desses um colega me convidou para participar de uma “reunião de cúpula” do partido dominante da cidade de Camaçari. Mas antes deste dia, fomos à inauguração do comitê de um candidato às eleições deste ano para o cenário político baiano na esfera federal.

Conversa vai, conversa vem, o tempo passou e acabou a noite. Dias depois ele me diz que não estou preparado para o partido, pois é preciso que eu vá primeiramente trabalhar nas reuniões de base. Foi aí que percebi qual é a preparação deles. Descrevo para que saibas o passo a passo da “preparação”, e possas conscientemente continuar despreparado.

A 1ª regra da preparação é esquecer a sua história pessoal e a de seus ancestrais.

A 2ª regra é botar um véu nos olhos e fingir que a corrupção não existe e que todos no partido são heróis.

A 3ª regra é não acreditar em nenhum escândalo descoberto, já julgado e condenado.

A 4ª é não acreditar na pobreza e nos pobres que está espalhada por todas as cidades e lugares.

A 5ª regra é repetir para si mesmo que os buracos nas estradas, os esgotos a céu aberto, e a destruição de todo o ecossistema natural e original são pequenos detalhes sem maiores preocupações.

A 6ª regra consiste em acreditar em TUDO que a “cúpula” decidir.

Entre outras regras têm a de NÃO TER OPINIÃO, NÃO ASSISTIR JORNAL, e talvez a principal de todas: ACREDITAR QUE O CANDIDATO TE DARÁ UM BOM CARGO PÚBLICO DEPOIS QUE GANHAR AS ELEIÇÕES.
Desta maneira percebi que SER DESPREPARADO É SER LIVRE.

Se descondicione; Se desprepare; E acredite que os homens e as mulheres LIVRES são capazes de grandes mudanças. Se nos Estados Unidos da América, que são os grandes defensores da DEMOCRACIA, é permitido se candidatar sem estar vinculado a nenhum partido, está mais que na hora desta prática também ser possível no Brasil.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Copa, Eleições, Copa

Eleições Presidenciais 2010, além de governadores e deputados.
Uma coisa é certa nestas eleições, quem ganhar tem a responsabilidade de preparar o Brasil para receber a Copa 2014 (se o mundo não acabar em 2012, como dizem alguns).

A quantidade prevista de turistas que vem para o Brasil na Copa 2014 ultrapassa a casa dos milhões, e todo o país deve se preparar para receber tanta gente num período curto de tempo. A Copa do Mundo de Futebol pode durar um mês "apenas", mas as ações de preparação devem começar desde agora.

12 Estados Brasileiros vão ter o privilégio de sediarem os jogos da Copa, mas é necessário que as ações direcionadas para o turismo se expandam para além das cidades sedes dos jogos.

O ministério do Turismo já avisou que irá criar formas de atrair os turistas para as áreas de preservação permanente como os parques florestais, mas sendo o Brasil um país tão hospitaleiro e com tanta efervescência cultural, é necessário criar outras ações políticas que insiram as cidades de cada Estado no roteiro turístico de sua região.

Este é o momento de todos os parlamentares, governadores e Presidente acionarem seus poderes para beneficiar a população de seus Estados e da União como um todo, independente dos resultados das eleições.

No momento em que escrevo estas palavras estou na cidade de Camaçari, distante 40km de Salvador, e percebo que apesar da proximidade com a capital baiana, a cidade não dispõe de infra-estrutura hospitaleira e de transporte para 10 mil turistas. O que fazer então? Se preparar.
A primeira ação necessária e urgente que percebo é a de revitalizar o transporte ferroviário de passageiros que ligava a estação da Calçada em Salvador até a cidade de Juazeiro da Bahia (posteriormente até Afrânio-PE). O “trem do sertão” serviu à população brasileira por mais de cem anos, e hoje é sub-aproveitada para o transporte de minérios, madeiras e produtos químicos e petroquímicos. Cabe ao atual governador baiano pedir a revitalização da linha, e se possível colocar um “trem-bala” para dinamizar o transporte dentro da Bahia.

No século 19 muitas cidades brasileiras por onde passavam as linhas de trem cresceram e prosperaram com o intenso comércio e interação entre os municípios e os principais centros economicos regionais e nacionais. Com a decadência do transporte ferroviário de passageiros no Brasil, para valorizar o caríssimo e antiecológico transporte rodoviário, muitas destas cidades perderam uma grande fonte de renda comercial, além do atrativo turístico. Esta com certeza é a oportunidade do governador perceber que o Estado da Bahia vai muito além de Salvador, e que o turismo pode ser uma excelente fonte de renda para todos os municípios por onde o trem de passageiros voltar a passar.

Atualmente a divisão do turismo na Bahia é focada mais no litoral, de norte a sul do Estado, e em alguns outros pontos como Chapada Diamantina e as águas do Velho Chico. Mas considerando a história de nosso Estado, o primeiro do Brasil, está mais que na hora de recriar as condições necessárias para que o fluxo turístico que vem visitar nosso Estado possa ser redirecionado para os municípios.


Recentemente o governo criou o projeto de uma nova ferrovia para a Bahia, mas apenas para o carregamento de minérios. Transporte público de passageiros continua nas mãos das empresas de ônibus, valorizando apenas algumas poucas empresas petrolíferas, que se beneficiam da produção de petróleo e seus derivados, como o asfalto.

Nas propagandas os governantes de todas as esferas (Federal, Estadual e Municipal) se vangloriam de tantas façanhas, se mostram tão inteligentes, solidários e prestativos, que esperamos sempre que seja mais que falácias escritas por um assessor influenciado pelos interesses comerciais, tendo a como principal meta conquistar a confiança dos eleitores para depois os abandonar.

Cada pessoa antes de escolher seu candidato deve analisar criticamente cada proposta dos atuais candidatos e candidatas. Vejam quais estão preocupados em integrar sua cidade e região às rotas turísticas para a Copa 2014, vejam quais estão preocupados com o sistema ferroviário de passageiros por TODO o BRASIL. Vejam quais respeitam o
Brasil enquanto UNIDADE FEDERATIVA. Vejam quantos respeitam você e suas singularidades...

Lembre-se que as pessoas em quem você votar, se vencerem, eles que votarão nas leis que permitem diminuir de 30 para 15 metros as áreas com árvores plantadas nas beiras dos rios (Área de Preservação Permanente), mesmo tão recentemente o Brasil ter sofrido com as enchentes em Pernambuco e Alagoas, aonde os rios, que quase não tem mais árvores plantadas em sua beira, invadiram as cidades causando imensa destruição.São esses candidatos que aprovam convênios que gastam uma fortuna asfaltando uma cidade com uma camada superfina, para na primeira chuva terem que refazer todas as obras, gastando outra fortuna de nossos impostos.

Esses mesmos candidatos constroem novas escolas e hospitais, mas não oferecem um bom salário para a categoria. Esses candidatos dão uma bolsa mensal para muitas famílias, mas não disponibiliza os recursos para a pessoa ter uma vida digna e honesta, ganhando seu salário justamente com o fruto do seu trabalho; São esses mesmos candidatos que aprovam aumento nos salários deles mesmo de tantos mil reais a mais, enquanto o Povo Brasileiro recebe 10, 20, ou 30 reais de aumento, que no final nem
muda muito, já que tudo o mais aumenta também.

O discurso do governo é que o povo está mais rico hoje em dia, que as pessoas estão podendo comprar outros bens, pois bem, eu sou povo, e o que vejo são milhares de pessoas com prestações de 2, 3, 4 anos para pagar uma geladeira, uma TV, um fogão, um carro, uma moto, e se vêm obrigadas a pegar um empréstimo num banco, se sujeitando a juros astronômicos... Basicamente o Povo Brasileiro está endividado com as prestações. Então minhas irmãs e meus irmãos, olhem para os seus candidatos além das siglas dos partidos e das aparências físicas, e busquem apoiar quem tem uma proposta que ajude a construir uma Nação que beneficie ao Povo, que trate o povo com o devido respeito, e que utilize os plebiscitos nacionais para escutar a opinião da população sobre os temas polêmicos, como a legalização da maconha, assistência do SUS para o aborto, entre outros.

Agora, se algum candidato quiser comprar o seu voto com dinheiro ou favores, pegue o dinheiro, mas na hora de votar não precisa votar nele. Lembre-se, o voto é secreto. E é um Direito seu.

Copa, Eleições, Copa... Este ano a eleição promete... que deixo a vós este poema:

A única pesquisa de voto verdadeira
É o resultado das urnas.
Todo voto vale a pena.

Marcos Élder Vieira

Jornalista

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Até quando o orgulho estadunidense permitirá a morte planetária???

Desde o dia 20 de Abril de 2010 está vazando petróleo no fundo do mar no golfo do México, devido a uma explosão numa plataforma norte americana operada pela empresa inglesa British Petroleum (BP), que resultou na morte de 11 trabalhadores e de milhares de espécies marinhas. Até hoje (30/05/2010) as autoridades responsáveis não conseguiram deter o vazamento. Tentaram tapar com lama, bolas de golfe, pneus, e até agora o petróleo e o gás natural continuam escapando e contaminando o mar.

Para os políticos de Washigton, este é o maior desastre ambiental de toda a sua história, mas considerando que moramos em um planeta onde todos os ecossistemas são interligados, ouso dizer que este é o maior desastre ambiental que nós neste planeta chamado de Terra temos notícias.

Os políticos dos Estados Unidos da América estão culpando a BP, que era a responsável pela perfuração do poço, pelo desastre, mas a culpa desta tragédia vai muito além de uma empresa, e nos leva a refletir sobre a fragilidade da economia voltada e dependente do petróleo. Se apenas uma falha em um único poço foi capaz de tamanha devastação, quais são as garantias de que os demais poços permanecerão seguros para a humanidade e para a manutenção da vida na Terra?

Atualmente as empresas petrolíferas detêm a tecnologia de abrir um buraco nas camadas da Terra para extrair o petróleo e o gás natural, mas não tem a conhecimento para sanar as falhas e defeitos que este modelo de extração apresenta. Basicamente as empresas se preocupam apenas em ganhar dinheiro, e abrem novos poços no planeta sem medidas de segurança para casos de emergências.

Em muitas praias pelo mundo, são encontradas centenas e milhares de lixos provenientes de outros países, que viajaram pelas correntes marítimas atravessando mares e continentes. O mesmo acontece com o petróleo que está contaminando o mar. O desastre vai muito além da área em que ele se encontra, pois todo o ciclo da água e da vida estão afetados por este acidente. Toda a cadeia alimentar marinha vai sendo prejudicada, pois para os peixes e seres aquáticos não há fronteiras a serem respeitadas, eles trafegam livremente pelas correntes marinhas, indo de um lado a outro do planeta.
Não será de estranhar se de repente pescadores do Brasil e dos demais países perceberem que muitos peixes desapareceram, ou que outras espécies estão se extinguindo, pois o ciclo natural planetário está fortemente abalado com esta imensa contaminação das águas marítimas, e que até o momento (30/05/2010) parece ainda longe de uma solução para conter o vazamento. E mesmo que consigam fechar este poço por estes dias, a imensa quantidade de petróleo que está nas águas é suficiente para continuar contaminando o meio ambiente por anos, e até décadas.

Uma vez os peixes desaparecendo e as águas contaminadas, muitos pássaros que se alimentam com peixes também serão prejudicados, e uma vez que eles mergulham em busca do alimento, suas penas podem ficar pesadas com o petróleo, e eles não conseguirem mais voar, morrendo afogados. O animal que se alimentava na terra destes pássaros também não mais o terão como alimento, desequilibrando todo um complexo sistema da cadeia alimentar.

Até mesmo os rios, as nascentes e os lençóis freáticos estão sujeitos à contaminação por infiltração subterrânea.

O mais estranho de tudo isso, é que desde o mês de Abril o Irã se ofereceu para fechar o poço, e até o momento os Estados Unidos não autorizou e não aceitou a ajuda, afinal, é o mesmo Irã que já sofreu três sanções internacionais apoiadas pelos EUA, e que o atual governo dos EUA já preparou uma quarta rodada das sanções contra ele. Aceitar que o Irã concerte um problema ambiental mundial causado por uma empresa Inglesa sob supervisão dos EUA é demais para o orgulho dos EUA, e enquanto isso quem sofre é a população mundial e a vida no planeta Terra, cada dia mais ameaçada de extinção.

A questão com o Irã é bastante delicada, e agora até o Brasil está envolvido numa grande divergência internacional. O Presidente brasileiro, Luís Inácio Lula da Silva, e o Presidente da Turquia, a convite do Presidente estadunidense, Barack Hussein Obama, foram tentar negociar diplomaticamente um acordo com o Irã para troca de combustível nuclear iraniano em território turco no último dia 17 de Maio. Apesar dos dois Presidentes estarem indo em uma missão a serviço dos EUA e da paz mundial, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, já estava duvidando da possibilidade de Lula conseguir mediar um acordo positivo com o Irã. Para surpresa mundial, os Presidentes do Brasil e da Turquia conseguiram firmar o acordo parágrafo por parágrafo. Porém, ao contrário do que se esperava, esta vitória da diplomacia e do diálogo enfureceu diversos segmentos da política norte americana, a ponto da secretária Hillary declarar que o acordo nuclear assinado entre o Brasil, a Turquia e o Irã "deixou o mundo mais perigoso, não menos".
Bastante contraditório e infantil este novo posicionamento das autoridades estadunidenses, ficar com ressalvas em relação ao Brasil apenas por ter conseguido cumprir com sucesso uma missão diplomática sugerida pelo próprio Presidente dos EUA.
Enquanto a alta cúpula do governo dos Estados Unidos busca motivos para terem raiva de outros países, o pior vazamento da história mundial continua sem previsão para seu fechamento, e sem aceitar a ajuda do Irã, que afirma ter conhecimento e condições de fechar o duto que está vazando.
Deixo esta pergunta para todos os seres humanos que habitam no planeta Terra: Até quando o orgulho estadunidense permitirá a morte planetária???

Marcos Élder Vieira de Carvalho
Jornalista

“O segundo anjo tocou a trombeta, e foi lançado no mar como que um grande monte ardendo em fogo, e tornou-se em sangue a terça parte do mar. E morreu a terça parte das criaturas viventes que havia no mar, e foi destruída a terça parte dos navios.”
Apocalipse 8:8-9 (Bíblia Sagrada)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Camaçari, cidade histórica de um povo sem memória

A história oficial de Camaçari remonta aos tempos imemoriais dos antigos Tupinambás que habitavam a região. Com a chegada dos portugueses ao território do hoje Brasil, a nova história de Camaçari passou a ser contada agora com a intervenção dos jesuítas, os antigos evangélicos ligados à “Santa Igreja Católica”. Muito tempo se passou até que os Jesuítas foram expulsos do Brasil, Camaçari deixou de ser um território de Salvador em 1758 (ou seja, deixou de ser um pedaço da até então capital do Brasil), cinco anos depois o Rio de Janeiro passava a ser a nova capital do Brasil.
A família Real portuguesa, fugindo da França de Napoleão, em um contrato pra lá de ruim com a Inglaterra, chegou ao Brasil para fazer morada. Primeiro vieram a Salvador, mas depois se dirigiram ao Rio de Janeiro, a nova capital. O Brasil proclama a independência política em relação a Portugal em sete de setembro de 1822, mas somente em 2 de Julho de 1823 o Brasil fica realmente livre de Portugal. Oficialmente somente a Bahia comemora o dois de Julho, chamada injustamente de independência da Bahia, mas considerando que a Bahia era e é parte do Brasil e grande fonte de ouro e pedras preciosas, e que no mesmo período era grande o contrabando destas mercadorias pela região, que de tão rica o exército português insistia em não deixar... Ou seja, para fins práticos e históricos, a verdadeira independência do Brasil aconteceu no dia 2 de Julho de 1823, a não ser que alguém prove a todos os brasileiros de que o Estado da Bahia (na época uma província) é uma Nação independente.
Depois da independência, o príncipe de Portugal D. Pedro I se tornou o imperador do Brasil, reinando até 1831, ano em que voltou à Portugal, deixando o trono para o seu filho D. Pedro II, que na época por ser menor de idade não pode governar, somente assumindo o trono em 1840.
D. Pedro II ficou no poder até a proclamação da República, em 1889, mas nesses 49 anos foi bastante atuante. Pensando em trazer desenvolvimento e modernização ao Brasil, investiu nos transportes públicos, de maneira que a Bahia se beneficiou bastante. Foi feito um grande estudo sobre o rio São Francisco, que desde os tempos do Brasil colônia era o meio de transporte entre as regiões Norte e Sul do Brasil, estudos esses que inclusive pensavam na transposição das águas do Velho Chico para outras regiões do sertão nordestino. Um projeto paralelo foi criado para se construir uma ferrovia que unisse o porto de Salvador até o porto fluvial de Juazeiro da Bahia, cidade que fica às margens do São Francisco, e que seria a intermediária entre os produtos do Norte e do Sul.
Essa ferrovia começou a ser construída na estação da Calçada em Salvador por volta de 1855, e por influência política do desembargador Tomaz Garcez Paranhos Montenegro, a estrada de ferro passou a cortar as terras do atual município de Camaçari já em 1860, o que trouxe grande crescimento à região. Em 1896 a ferrovia chegava até Juazeiro, sendo que dois anos antes era inaugurada a navegação oficial pelo rio São Francisco de Pirapora-MG até Juazeiro-BA.
E no meio de tantas histórias sobre o Brasil, voltamos à Camaçari, porque depois de tantos anos de história, incluindo 150 anos de história férrea, o atual prefeito da cidade, o Srº Luiz Caetano, pretende tirar a tradicional linha de trem do centro da cidade (gastando para isso no mínimo 123 milhões dos cofres públicos), logo a linha de trem que é o principal motivo de Camaçari ser localizada aonde é, ao invés de ser sediada no litoral.
A linha de trem de passageiros acabou por volta de 1979, devido a influencia política das indústrias de automóvel, que preferem que o povo pague fortunas de gasolina e passagens rodoviárias do que pagar o econômico tráfego ferroviário. Em todos os países desenvolvidos a malha ferroviária está entre os principais meios de transporte de passageiros, vale lembrar os famosos trens-balas que percorrem o mundo. Mas o Brasil, em especial os governos (ou desgovernos) da Bahia fazem questão de irem na contramão do mundo, beneficiando somente as empresas de transporte rodoviário particulares, e que se dane o povo.
Em Salvador há mais de dez anos o metrô vem sendo construído e até agora apenas mais um bilionário projeto em execução (???). O governo do Estado da Bahia anunciou a criação de uma nova malha ferroviária no Estado, a ferrovia Oeste-Leste, detalhe, esta ferrovia também não se destina ao transporte de passageiros, e sim de produtos minerais a serem extraídos das cidades do percurso. Os anos passam e a Bahia continua em seu papel de Estado explorado pelas grandes indústrias, e de povo desprestigiado pelo poder público. Esta obra que certamente deixarão muitas empresas mais milionárias ainda custará aos cofres públicos a “mixaria” de 6 bilhões de reais. Enquanto a tradicional e quase bicentenária ferrovia Salvador-Juazeiro vai sendo abandonada e subutilizada também somente para o transporte industrial.
O trem do sertão, como era chamada a linha de trem que passa em Camaçari, já foi tema de canção de um dos maiores músicos que o Brasil já teve, o baiano Raul Seixas, que encantou o mundo com a música “O trem das sete”. Raul que tinha um sítio em Dias D’Ávila (que na época era um distrito de Camaçari) e cresceu acompanhando o pai em viagens de trem pelo sertão, sabia da magia que o trem tem, mas os baianos que nascem hoje não podem sentir essas coisas, porque os governos fazem questão de barrar o desenvolvimento das malhas ferroviárias, e apoiarem somente os transportes rodoviários.
É com grande tristeza que escrevo estas palavras, sou um filho direto da Nação Tupi Guarani que habita as terras de Camaçari desde tempos imemoriais, e sendo mestiço por força histórica, vejo minha cidade se desfazendo de suas memórias por ter na sua direção pessoas que pensam com o bolso, e não com a cabeça e com o coração. O atual prefeito de Camaçari não é um Camaçariense, da mesma forma que o atual governador da Bahia não é um baiano. Graças a Deus que ao menos o Presidente do Brasil é Brasileiro.
Camaçari é uma cidade que desde o fim da ditadura teve quatro diferentes prefeitos. Sendo que o atual Srº Caetano está no poder pelo terceiro mandato, sendo dois eleitos pelo povo, José Tude que também teve três mandatos, ambos eleitos pelo povo, Helder Almeida com dois mandatos, sendo que no primeiro era o vice de Tude e assumiu o poder, e Humberto Ellery com um mandato. Nesses 25 anos de fim da ditadura Camaçari é uma cidade onde o plano diretor só serve para as indústrias que quiserem vir pra região, porque a cidade é feita basicamente de invasões, com algumas ruas que só passam mesmo carroças e carros pequenos, e por incrível que pareça, muitas são mãos dupla. Uma cidade feia de aparência, com as ruas esburacadas, esgotos cortando toda a cidade onde antes havia rios, transporte urbano composto somente por microônibus, e mesmo assim altamente deficiente, principalmente para os idosos, que em cada um tem apenas três assentos disponíveis. O transporte entre a orla da cidade e a sede também é deficiente e acaba cedo, se alguém quiser aproveitar a noite no litoral só de carro próprio. Isso tudo sem considerar que Camaçari tem um dos maiores PIBs do Brasil, e uma das piores distribuições de renda. Uma cidade de pobres, de pessoas endividadas, e altamente viciadas. A maior diversão em Camaçari são as igrejas, sempre lotadas. É pouco? Pois é, uma cidade cuja história carrega o sangue de heróis, sendo governada por um grupo político sem amor por suas raízes e memórias...
Uma pena que a cidade, assim como o Estado, tenha se entregado aos caprichos de um forasteiro, mas também, hoje em dia, é cada vez mais difícil encontrar pessoas que sejam naturais do território de Camaçari. A cidade está se tornando uma cidade sem memória, sem história, sem cultura...


Élder Vieira

Jornalista (formado) e filho legítimo dos Tupinambás de Camaçari, que ocupavam o território há mais de “dez mil anos atrás”.

terça-feira, 30 de março de 2010

Tenente que assassinou o perito da polícia Civil Aparece na audiencia.

Oi, segunda-feira dia 05 de abril acontecerá no Fórum Ruy Barbosa, às 08:30h na 2ª Sala do Juri, a 3ª Audiência do assassinato de Hilton Juninho pelo tenente da PM Fagner Castro Santos. Se puder apareça, para que este caso não caia no esquecimento e fique impune.