quarta-feira, 10 de março de 2010

Mídia: A Fábrica da violência...

É comum ouvir as pessoas dizerem que o mundo está mais perigoso hoje que antigamente. Será isso uma verdade ou são as notícias sobre violência que são mais divulgadas pelas emissoras de TV, rádio, impressos e virtuais? A mídia retrata a violência, ou ela se deu ao papel de julgar e marginalizar grande parte da sociedade para que tenha sempre assuntos a serem pautados? Afinal, qual o papel da mídia?

É comum serem noticiadas reportagens sobre tráfico e criminalidade. Quase todo dia tem uma “grande invasão” numa favela, matando tantos bandidos, e com tantas baixas entre os soldados. Isso é quase todo dia, e por incrível que pareça, sempre haverá muitas câmeras filmadoras e fotográficas para registrar a “ação” dos “mocinhos”... Esse tipo de notícia vai além dos veículos de comunicação nacionais, repetindo-se a fórmula no noticiário dos mais distantes países. As grandes empresas de comunicação ajudam a consolidar o “estilo de vida” (capitalista atualmente) que nos é imposto, tentando tirar nosso poder de raciocínio e decisão, dando fórmulas prontas em que temos de obedecer e obedecer, caso contrário a pessoa sofrerá alguma repressão violenta, física ou psicológica.

Um exemplo de pressão midiática pela deseducação da sociedade diz respeito a um dos produtos naturais e nacionais mais consumidos pela população brasileira, a erva “cannabis sativa”, popularmente conhecido por maconha. Sendo uma erva trazida para o país desde a invasão em 1500, afinal as cordas e as roupas eram feitas com a fibra dela, extremamente adaptada ao clima do país, e usada por milhões de brasileiros das mais diferentes formas e finalidades como um costume cultural popular, ainda assim os governos e as mídias continuam preferindo criminalizar os milhões de cidadãos que usam ou trabalham com o produto plantando, transportando ou vendendo. O que será que o governo ganha enchendo os presídios de agricultores, vendedores e usuários? E quanto à mídia? Será que vale a pena continuar julgando e condenando milhões de brasileiros apenas para ter seu espetáculo produzido e divulgado? Quanto vale a dignidade humana?


Segundo a mídia quem é o carro-chefe da violência no Brasil? As drogas. E quem é o culpado? Os usuários. E quem são os usuários? O povo brasileiro. Que é governado por quem? Pelo próprio povo. Então? Porque tanta violência? A resposta não pode ser simples, tampouco fácil, mas podemos suspeitar que tem alguém muito “importante” ganhando fortunas com o dinheiro do tráfico de drogas e de armas (para se defenderem). Será esse “alguém” de dentro das mídias? Das polícias? Dos governos? Talvez, talvez... A verdade só Jesus revelará... Mas Jesus Cristo mesmo, e não um desses pastores midiáticos que apresentam programas religiosos também julgando e condenando a maior parte da população, e usando a palavra de Deus como álibe para sua “sabedoria”.

A mídia deveria servir como ponto de análise dos diferentes pontos de vista. Escutando sempre todos os lados envolvidos e se pondo imparcial frente às situações. Mas a verdade passa longe disso, e as diferentes mídias terminam sempre na mesma direção, abraçando o que diz a lei dos homens, e condenando os mesmos homens a quem a lei deveria servir...

Então, se há um grande culpado pela violência que há no Brasil ocasionada pelo tráfico de drogas com certeza não é o usuário, pois este preferia plantar em casa a ter que comprar na rua. Os culpados são os governantes e as mídias. O primeiro por fazerem e continuarem aceitando a validade de leis inapropriadas para o legado cultural ancestral brasileiro, e o segundo por ficar repetindo insistentemente um único ponto de vista nos meios de comunicação (o ponto de vista do “alguém milionário” e misterioso), até o ponto de muitos acharem normal o processo de “conversão” do cidadão na base da agressão física e da humilhação ocasionado pelo excesso dos policiais.

Já temos tantas adversidades nesta vida, para que é que ainda querem criar e perpetuar formas de violentar o Povo Brasileiro?

Élder Vieira
Jornalista

Nenhum comentário:

Postar um comentário